A produção da fábrica baiana deve começar entre o fim de julho e o início de agosto, assim que forem liberadas as licenças ambientais e do Corpo de Bombeiros. Inicialmente, os modelos Dolphin Mini, Song Pro e King serão fabricados em sistema SKD (Semi Knocked Down), ou seja, parcialmente montados na China e finalizados no Brasil.
A primeira etapa da planta tem capacidade de 300 mil carros por ano, mas os planos de expansão preveem dobrar esse volume até 2031, o que colocaria a BYD atrás apenas da Stellantis, que opera com maior volume em Betim (MG).
Investimentos e empregos em escala bilionária
Para atingir esse patamar, a BYD deverá investir ainda mais do que os R$ 5,5 bilhões já anunciados para a operação nacional. Caso a meta seja alcançada, a montadora prevê até 20 mil empregos diretos ligados à produção no Brasil.
No entanto, especialistas do setor observam com cautela os planos. Isso porque a capacidade de 600 mil carros por ano representaria quase um terço de toda a produção nacional atual, que somou 1,9 milhão de unidades em 2024. Para efeito de comparação, a Fiat, líder de mercado, vendeu cerca de 520 mil veículos no último ano.
Ou seja, para viabilizar esse crescimento, a BYD teria que não só se tornar a líder de vendas no país, mas também ampliar expressivamente sua atuação no mercado de exportações.
Aposta no Brasil e na eletrificação
Apesar do desafio, a BYD demonstra confiança na estratégia. A montadora já é líder no segmento de elétricos no Brasil, com modelos como o Dolphin e o Yuan Plus, e projeta que o país terá papel estratégico no crescimento global da marca.
A instalação em Camaçari, no antigo complexo industrial da Ford, também consolida a Bahia como um novo polo industrial da eletromobilidade, com incentivos fiscais, infraestrutura e proximidade com portos.