Montadora amplia garantia para 240 mil km ou cinco anos e busca minimizar desgaste precoce da peça
Desde a estreia dos motores 1.0 e 1.2 turbo, a correia banhada a óleo da Chevrolet esteve no centro de polêmicas. Prometia maior eficiência e durabilidade, mas no Brasil sofreu com fatores adversos: óleos adulterados, manutenções irregulares e combustível de qualidade duvidosa. O resultado foi o desgaste precoce e rompimentos inesperados, o que forçou a GM a repensar o projeto.
Para a linha 2026, a fabricante anuncia mudanças importantes: a correia agora é fornecida pela Dayco, que substitui a Continental, e adota uma formulação química reformulada. Além disso, a garantia foi ampliada para 240 mil km ou cinco anos, o maior período já oferecido pela marca.
1) Resistência a lubrificantes adulterados
O foco principal da mudança foi aumentar a tolerância da correia ao contato com óleos fora de especificação. Testes mostraram que a borracha anterior se degradava rapidamente diante de lubrificantes adulterados ou vencidos. Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação, cerca de 20% dos óleos vendidos no país podem estar adulterados.
2) Composição reforçada
A GM não detalhou a nova fórmula, mas admite que a anterior reagia com aditivos de alta acidez. As correias utilizam borracha nitrílica hidrogenada (HNBR) reforçada com fibras de aramida e vidro. A hipótese é que tenha havido aumento no teor de acrilonitrila, tornando o material mais resistente a contaminantes ácidos.
Para especialistas, como o engenheiro Marcelo Rocha, a alteração deve trazer rigidez maior ao composto, mas sem impacto radical na durabilidade. A troca de fornecedor indica uma demanda voltada ao mercado brasileiro, onde a adulteração de lubrificantes é comum.
3) O que muda na prática para o motorista?
Apesar da atualização, as recomendações de manutenção permanecem:
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Troca de óleo a cada 10 mil km
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Substituição da correia a cada 240 mil km ou cinco anos
A nova peça pode equipar alguns modelos anteriores de Onix e Onix Plus, desde que a substituição seja feita em concessionárias autorizadas.
Ainda assim, a correia continua sensível ao uso de óleos fora de padrão. Para garantir a vida útil, a regra é clara: seguir o manual, respeitar os prazos de troca e evitar lubrificantes de origem duvidosa.
4) Como é a correia banhada a óleo
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A correia é composta por diferentes camadas de proteção e reforço:
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Lona de aramida PA66 que reveste costas e dentes
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Alma de fibras de aramida reforçada com 35% de fibra de vidro
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Corpo em HNBR com aditivos de vulcanização e cura
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Revestimento de fluoreto para proteger os dentes contra adesão do óleo
O conjunto garante resistência ao calor, à abrasão e à contaminação, características essenciais em motores modernos de alta eficiência.