Novo modelo de habilitação aprovado pelo Governo Federal promete reduzir custos e permitir aulas com profissionais independentes
O Governo Federal deu aval para uma mudança histórica no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A proposta autoriza que futuros motoristas possam fazer as aulas práticas com instrutores autônomos, sem a obrigatoriedade de frequentar autoescolas.
O projeto, desenvolvido pelo Ministério dos Transportes e aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem como principal objetivo reduzir em até 80% o custo da habilitação.
Com a mudança, o processo de formação de condutores será mais flexível, dando liberdade para o aluno escolher entre aulas em Centros de Formação de Condutores (CFCs) ou com instrutores independentes devidamente credenciados.
Como será o novo processo
Os candidatos poderão realizar aulas práticas com instrutores autônomos de trânsito, sem vínculo direto com uma autoescola.
Para atuar, o profissional precisará obter uma Carteira de Identificação Profissional, que será emitida gratuitamente no site da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
Entre os principais requisitos para o instrutor autônomo estão:
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Ter 21 anos ou mais;
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Ser habilitado há pelo menos 2 anos;
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Não ter cometido infração gravíssima nos últimos 60 dias;
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Ter Ensino Médio completo;
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Não ter sofrido cassação da CNH;
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Possuir certificado de conclusão de curso de formação emitido pelo órgão de trânsito.
Após cumprir todas as exigências, o profissional será autorizado pelo Detran e seu nome constará no cadastro do Ministério dos Transportes, podendo ser consultado por qualquer cidadão.
Aulas práticas e teóricas
Os candidatos continuarão obrigados a realizar provas teóricas e práticas, além dos exames médicos e psicológicos, mas agora terão liberdade para escolher como e onde terão as aulas.
A formação teórica poderá ser feita também em formato EAD (ensino à distância), e a nova regra elimina a carga horária mínima obrigatória, permitindo que o aluno defina sua própria rotina de estudos.
Já as aulas práticas poderão ser feitas com veículos do aluno ou do instrutor, desde que em conformidade com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) — incluindo adesivos ou identificação de veículo de ensino.
Fiscalização
Mesmo com a nova flexibilidade, os instrutores autônomos continuarão sendo fiscalizados pelos órgãos de trânsito.
As inspeções poderão ocorrer sem aviso prévio, e durante as aulas o profissional deverá portar documentos obrigatórios como:
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CNH;
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Credencial de instrutor;
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Licença de aprendizagem veicular;
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Certificado de registro e licenciamento do veículo.
A Polícia de Trânsito e o Detran seguirão responsáveis por garantir que as atividades estejam dentro da legalidade e segurança exigidas.
O que muda para o candidato
Com a nova regulamentação, o aluno poderá escolher entre autoescola e instrutor autônomo, comparando valores e condições.
A expectativa é que o modelo gere maior concorrência, reduza preços e democratize o acesso à CNH, especialmente para quem enfrenta dificuldades financeiras.
A Senatran deve divulgar nos próximos meses as normas complementares que detalharão o credenciamento e o funcionamento do sistema de aulas com instrutores independentes.