O superesportivo Elettrica inaugura uma nova era para a Ferrari, combinando desempenho extremo, luxo e tecnologia em um modelo totalmente elétrico previsto para 2026.
A Ferrari apresentou nesta quinta-feira (9), em Maranello (Itália), os componentes oficiais do seu primeiro carro 100% elétrico, incluindo o chassi, o subchassi traseiro e os eixos motrizes. O modelo, batizado de Elettrica, marcará a estreia da marca italiana no universo dos veículos totalmente elétricos.
Previsto para ser lançado em 2026, o superesportivo promete autonomia superior a 530 quilômetros e potência acima de 1.000 cavalos, abrindo um novo capítulo na história da Ferrari. O projeto encerra 15 anos de experiência com modelos híbridos, como LaFerrari, SF90 Stradale e 296 GTB, e inaugura oficialmente a era elétrica da marca.
Desempenho e motorização
Módulo da bateria de 122 kWh usado no Ferrari Elettrica
A Ferrari Elettrica contará com quatro motores elétricos síncronos de ímã permanente, com tecnologia derivada da Fórmula 1. O conjunto entrega aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 2,5 segundos e velocidade máxima de 310 km/h.
O eixo dianteiro oferece 210 kW e pode ser desacoplado em velocidade de cruzeiro, permitindo tração traseira quando conveniente. Já o eixo traseiro atinge 620 kW, garantindo eficiência de 93% e potência combinada acima de 1.000 cv.
Os pneus foram desenvolvidos especialmente para o projeto, reduzindo em 15% a resistência ao rolamento sem comprometer a aderência.
Arquitetura e chassi
Unidade eletrônica controla fluxo de energia entre bateria e motor
O modelo utiliza bateria de 122 kWh produzida em Maranello, com arquitetura de 800 volts e densidade energética de até 305 Wh/kg nas células. O pacote é integrado ao assoalho do carro, concentrando 85% da massa na parte inferior para reduzir o centro de gravidade e aumentar a estabilidade.
A carroceria e o chassi são feitos com 75% de alumínio reciclado, o maior índice já aplicado pela Ferrari. Essa solução reduz em até 6,7 toneladas de emissões de CO₂ por unidade fabricada.
A marca também desenvolveu um subchassi traseiro elástico, considerado a maior peça fundida oca já produzida em Maranello, o que melhora o conforto acústico e simplifica a manutenção.
A suspensão ativa de 48 volts é uma evolução do sistema usado no Purosangue, garantindo equilíbrio entre controle e conforto, com centro de gravidade 80 milímetros mais baixo que um modelo a combustão.
Modos de condução e som real
O supercarro contará com três modos de energia, Range, Tour e Performance, controlados pelo eManettino, enquanto o tradicional Manettino ajustará os sistemas dinâmicos do veículo.
A Ferrari confirmou que o modelo não terá som artificial: sensores captam as vibrações do conjunto traseiro e as amplificam conforme o modo de condução, oferecendo silêncio em cruzeiro e som mais intenso em acelerações.
Sustentabilidade e cronograma
O uso de alumínio reciclado e o desenvolvimento interno dos componentes refletem o compromisso ambiental da marca. A Ferrari planeja revelar o interior do Elettrica no início de 2026 e realizar o lançamento mundial na primavera europeia do mesmo ano.
O novo modelo não substituirá de imediato os híbridos e veículos a combustão, mas complementará a linha atual, consolidando a transição da Ferrari para um futuro elétrico sem abrir mão da essência de Maranello.