Especialista explica que reajuste nas alíquotas será limitado e simulações mostram impactos controlados com a nova política do governo
O Governo Federal deu início a uma nova fase da política tributária para o setor automotivo com o lançamento do IPI Verde, que entra em vigor em até 90 dias. A proposta busca estimular o uso de tecnologias mais sustentáveis, penalizando veículos que emitem mais poluentes, como os modelos a diesel. No entanto, o impacto nos preços pode ser menor do que se imagina.
Segundo o consultor automotivo Milad Kalume Neto, o aumento nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será real, mas controlado. Ele explica que, mesmo nos cenários mais desfavoráveis, o aumento não será expressivo. “Haverá aumento, mas não é algo extraordinário”, afirma.
Na prática, modelos com motores a diesel, como picapes e SUVs médios, podem ter a alíquota elevada para até 18,3%, representando uma alta de cerca de 12% em relação à alíquota atual. Contudo, isso não significa que os preços nas concessionárias subirão na mesma proporção.
Simulações indicam que o impacto será absorvido de forma gradual pelo mercado, com possibilidade de as montadoras oferecerem bônus, descontos ou manterem os preços estáveis para não afastar o consumidor. Além disso, modelos que se enquadrarem nos critérios de eficiência energética estabelecidos pelo programa poderão manter ou até reduzir seus tributos.
O IPI Verde será calculado com base em fatores como tipo de combustível, consumo energético e emissões de CO₂, favorecendo veículos mais limpos e eficientes. A expectativa do governo é que a nova política incentive o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis sem causar um colapso de preços no mercado nacional.