Por que novamente a gasolina em Porto Velho é mais cara que no interior de Rondônia?

Enquanto a capital registra até R$ 6,98 por litro, cidades próximas como Candeias do Jamari vendem a R$ 5,99; distorção levanta suspeitas de cartelização

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Por que novamente a gasolina em Porto Velho é mais cara que no interior de Rondônia?

Foto de Divulgação / Crédito: Luis Andreoli

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A cena se repete em Rondônia: abastecer em Porto Velho, capital do estado e ponto de chegada do combustível, está mais caro do que em cidades do interior. Nesta terça-feira (16), postos na capital chegaram a cobrar até R$ 6,98 por litro de gasolina, enquanto em Candeias do Jamari, a apenas 20 km de distância, o valor máximo foi de R$ 5,99.
 
A diferença contraria a lógica do frete. Como o combustível parte de Porto Velho para abastecer todo o estado, seria natural que os preços fossem menores na capital e aumentassem proporcionalmente com a distância. Mas a realidade mostra o contrário: em Ouro Preto do Oeste (334 km da capital) o litro custava até R$ 6,87, e em Vilhena, na ponta de Rondônia, os valores variavam entre R$ 6,92 e R$ 7,06.
 
Reprodução EuIdeal
 
Suspeitas antigas
 
No ano passado, uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) aberta pela Câmara de Vereadores de Porto Velho concluiu que havia fortes indícios de cartelização entre postos da capital. Mesmo assim, o resultado prático foi nulo, e a discrepância voltou a se repetir agora.
 
Outro ponto é que, desta vez, não há justificativa ambiental. Em 2024, os donos de postos atribuíram o aumento ao baixo nível do rio Madeira, que encarecia o transporte. Atualmente, de acordo com o Censipam, o nível do rio está dentro da normalidade para o período.
 
Falta de fiscalização
 
O Sindicato dos Postos Revendedores de Rondônia (Sindipetro) não respondeu aos questionamentos do Rondoniaovivo sobre os novos aumentos. O Procon estadual e o Governo de Rondônia também foram procurados, mas não se manifestaram até a publicação desta reportagem.
 
Para especialistas, o problema é de fiscalização. Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha cobrado em julho mais rigidez dos órgãos federais após reajustes injustificados em outras regiões, em Porto Velho a atuação segue tímida. A Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Cade, a Senacon e os Procons já investigaram abusos em estados vizinhos, mas a capital rondoniense continua sem respostas concretas.

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