Por que reciclar carros será a nova aposta da indústria no Brasil

Programa Mover prevê incentivos tributários e acelera investimentos em economia circular no setor automotivo

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Por que reciclar carros será a nova aposta da indústria no Brasil

Foto de Divulgação / Crédito: Luis Andreoli

Business

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A indústria automotiva brasileira se prepara para uma transformação: a reciclagem veicular deve se tornar uma das principais apostas nos próximos anos. Hoje, apenas 1,5% dos carros em fim de vida no país têm peças reaproveitadas, número considerado baixo quando comparado a mercados como o Japão (8%) e a Europa, que até o fim da década exigirá 85% de reciclabilidade em todos os veículos.
 
Esse movimento ganhou força após a Stellantis inaugurar, em agosto, o Circular Autopeças, em Osasco (SP), considerado o primeiro centro de desmontagem e reciclagem de uma montadora na América do Sul. O espaço marca a entrada oficial da gigante, dona de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram na economia circular no Brasil.
 
 
Segundo Laurence Hansen, vice-presidente sênior global de Economia Circular da Stellantis, a América do Sul ainda é uma região “atrasada” nesse campo, mas com enorme potencial. “Estamos falando de um mercado de bilhões de reais. A área já é rentável em outros lugares e queremos que seja aqui também”, afirmou a executiva.
 
A Stellantis não está sozinha. A Toyota já anunciou planos para investir em um centro de reciclagem no país, enquanto até importadoras como a Volvo manifestaram interesse. O motivo é claro: o Programa Mover, recém-promulgado pelo Governo Federal, prevê que o índice de reciclabilidade será critério para o acesso a subsídios tributários. Além disso, iniciativas como o Carro Sustentável e o IPI Verde devem conceder redução de até dois pontos percentuais no imposto para modelos mais recicláveis.
 
 
Na prática, a indústria começa a se alinhar a quatro pilares que a Stellantis chama de “quatro erres”: Reparar, Reciclar, Reutilizar e Remanufaturar. Enquanto Europa e Estados Unidos já avançam em todas essas frentes, o Brasil dá os primeiros passos com foco na reciclagem e na remanufatura.
 
Com os incentivos do Programa Mover e o olhar atento das montadoras, a expectativa é que a reciclagem veicular saia da margem e se torne, em pouco tempo, uma nova frente de negócios bilionária para o setor automotivo brasileiro.

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