RIMA 300X250

Por que tantos motociclistas ainda rejeitam o freio ABS?

Tecnologia é obrigatória em motos acima de 160 cilindradas, mas opiniões seguem divididas

Compartilhar via
Por que tantos motociclistas ainda rejeitam o freio ABS?

Foto de Divulgação / Crédito: Luis Andreoli

Business

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do RondoMotor.​

Apesar de ser uma das tecnologias mais importantes para a prevenção de acidentes no trânsito, o freio ABS (Sistema de Antitravamento das Rodas) ainda enfrenta rejeição entre parte dos motociclistas brasileiros. Fabricantes, órgãos de segurança e especialistas defendem a eficácia do sistema, enquanto alguns condutores apontam desconfortos, custos e adaptação como fatores que pesam contra.
 
Desde janeiro de 2019, o ABS é obrigatório em motocicletas acima de 160 cilindradas. O objetivo é evitar o travamento das rodas durante frenagens bruscas, garantindo maior controle do veículo em situações de risco. Estudos do Denatran apontam que o dispositivo pode reduzir em até 40% a probabilidade de lesões graves em acidentes.
 
 
Mesmo assim, a aceitação não é unânime.
 
Entre os principais argumentos levantados por motociclistas que preferem sistemas convencionais estão:
  • Sensação diferente na frenagem, principalmente para pilotos acostumados ao freio a tambor ou combinado (CBS)
  • Aumento no custo da moto e da manutenção
  • Percepção de que o ABS atua “demais” em pisos irregulares, como terra e paralelepípedos
  • Crítica de que o sistema pode passar uma falsa sensação de segurança, incentivando manobras arriscadas
 
Instrutores de pilotagem, entretanto, afirmam que parte dessas reclamações está associada à falta de conhecimento técnico e treinamento adequado. Em cursos especializados, o ABS é elogiado por permitir maior controle da moto mesmo em frenagens de emergência, situação em que motociclistas menos experientes têm maior risco de queda.
 
Outra divergência ocorre entre quem utiliza a moto fora do asfalto. Em trilhas ou estradas de chão, o ABS pode atrapalhar frenagens rápidas, já que impede o travamento proposital da roda traseira para contornar curvas. Para esse público, algumas marcas oferecem modos de pilotagem que permitem desligar o sistema no off-road.
 
Do ponto de vista das autoridades de trânsito, a discussão tende a permanecer, mas o consenso técnico é claro: o ABS salva vidas. Em países europeus e nos Estados Unidos, o dispositivo já é considerado um componente básico de segurança e sua adoção ajudou a reduzir significativamente o número de mortes envolvendo motociclistas.
 
Organizações de consumidores destacam que a evolução do sistema e a expansão da frota equipada devem promover queda gradual nos custos. A expectativa é que, nos próximos anos, até motos de menor cilindrada adotem versões mais acessíveis da tecnologia.
 
Mesmo com resistências e opiniões divididas, especialistas apontam que a adaptação ao ABS faz parte do avanço natural do mercado de duas rodas no país. A segurança, defendem, é um argumento difícil de ser ignorado.

Veículos com mais de 20 anos serão isentos de IPVA em 2026

Motoboy fica ferido após motorista avançar preferencial em cruzamento de Porto Velho